Advogado da família diz que a acusação é "sólida"
"Acho-a até muito sólida. Foi um bom trabalho que o Ministério Público fez", disse o causídico Ricardo Sá Fernandes, que falava à Lusa à margem do julgamento do processo Face Oculta, em Aveiro, no qual defende o arguido Paulo Penedos.
Só 13 anos após os factos é que o Ministério Público acusou o camionista Afonso Dias pelo rapto de Rui Pedro. Por outro lado, o despacho final de acusação, de 11 de Fevereiro, não permite saber o que aconteceu depois ao jovem, nem se este está vivo ou morto.
"A minha expectativa é a de que, através deste julgamento, a gente consiga chegar àquilo que aconteceu ao Rui Pedro. É aquilo que nos move, aos pais e a mim, fundamentalmente. Mas isso não está nas nossas mãos, está na de terceiros", afirmou Ricardo Sá Fernandes.
Em anteriores declarações à Lusa, Ricardo Fernandes disse que fez "sucessivos apelos" ao arguido para que ajude os pais a saber o que aconteceu ao menor.
Ainda que validada em Junho por um juiz de instrução criminal, a acusação, mal foi conhecida, suscitou a Silva Lopes, delegado da Ordem dos Advogados em Lousada e docente universitário, "sérias reservas quanto à sua bondade".
A própria Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas, estrutura criada na sequência do caso Rui Pedro, chegou a referir, pela voz da sua presidente, Patrícia Cipriano, que "com uma acusação deduzida passados 13 anos, corre-se um enorme risco de não se conseguir chegar ao objectivo de saber o que aconteceu efectivamente a esta criança".